segunda-feira, 25 de junho de 2012


Desapego

PAI JOÃO DE ARUANDA



Somos como as folhas de uma grande árvore. Quando o vento passa, nos leva para onde a força da vida indicar.
Todos são espíritos.
Todos são imortais.
Nós não temos cor, não temos raça nem bandeira que limite a nossa ação. Às vezes é preciso que o vento nos leve até determinado lugar para aí desempenharmos uma tarefa. A gente se esconde num corpo quente num coração amoroso e então renasce vestido de carne, com roupa branca ou preta, ou amarela; bonita ou feia. Quando chega a hora e o vento sopra novamente, partimos, deixamos a roupa usada e rumamos para onde a vida nos conduzir, para viver outra experiência.
Por isso é que devemos nos desapegar das coisas do mundo, mesmo daquelas que são boas. Estamos de passagem. Somos todos peregrinos, romeiros da vida.
Em nossa viagem pelo mundo só possuímos, na verdade, aquilo que doamos, que oferecemos à vida: o amor, as virtudes, o bom caráter. As outras coisas são muletas que usamos para ajudar na caminhada; assim
que aprendermos a andar direito, com a cabeça erguida diante da vida, deixaremos tudo de lado para partir a novo aprendizado. É preciso se desapegar do mundo. Usar as coisas que estão no sem se submeter a elas.
Essa, a verdadeira essência da vida.
Pense nisso, meu filho

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Aquele que te guia: Guia de Frente ou Mentor



O PROTETOR DO MÉDIUM

 


   Logo que iniciamos nosso desenvolvimento mediúnico, é nos designado um espírito protetor, o qual trabalhará conosco no desempenho de nossas funções mediúnicas, proteger-nos-á das investidas dos espíritos malévolos e nos orientará para que nossa mediunidade produza resultados benéficos. Cada médium tem o seu protetor, que é um espírito esclarecido e possuidor da experiência que este gênero de trabalho requer. Às vezes, é um nosso parente ou amigo; e pode ser também um espírito que não conheçamos, mas, ao qual estamos ligados por laços de afeto e simpatia, desde épocas remotas. O grau de adiantamento de um espírito protetor está em relação com o grau de adiantamento de seu protegido: quanto mais adiantado for o médium tanto mais elevado será seu protetor. Os nossos trabalhos mediúnicos são realizados com sua presença; sempre  que precisarmos dele para tributarmos a alguém os benefícios de nossa mediunidade, chamemo-lo por meio de uma prece fervorosa e imediatamente o teremos ao nosso lado, cooperando conosco.

   Tomemos nota de um ponto muito importante: o protetor de um médium não lhe poderá dar bens materiais; não lhe dará conselhos ou indicações para tratar de negócios; não o livrará de suas provas ou expiações; nem lhe satisfará caprichos ou mesquinhas ambições. As obrigações de um espírito protetor junto de um médium são todas de ordem puramente espiritual e é nesse sentido que devemos compreender sua proteção. Peçamos-lhe que nos auxilie a obter a riqueza da espiritualidade, certos de que, quanto mais espiritualizados estivermos, tanto menos necessitaremos das coisas da Terra. 


quinta-feira, 21 de junho de 2012



                                 O APARECIMENTO DA MEDIUNIDADE

    Chegada a hora em que devemos iniciar o nosso trabalho mediúnico, de nosso corpo começa a desprender-se uma irradiação fluídica-nervosa. Essa irradiação possui um certo brilho, de maneira que ficamos envolvidos por uma espécie de luz espiritual. Os espíritos sofredores, buscando alívio, são irresistivelmente atraídos por essa luz. Uma vez agarrados a nós, não nos largam até que lhes seja indicado o modo de alcançarem um pouco de melhora para seu estado.
    Conquanto os espíritos não sofram fisicamente, sofrem moralmente. Alguns se acham tão perturbados, com seu perispírito tão materializado, suas percepções espirituais são tão pequenas que sentem ainda todas as sensações físicas, principalmente as que experimentaram no momento da agonia. Se um espírito nestas condições se acerca de uma pessoa cuja mediunidade está aparecendo, transmite-lhe as sensações que está sentindo.
    Os sinais mais comuns do aparecimento da mediunidade são os seguintes: cérebro perturbado, sensação de peso na cabeça e nos ombros; nervosismo: ficamos irritados até por motivos sem a menor importância; desassossego; insônia; arrepios, como se percebêssemos passar por nós alguma coisa desagradàvelmente fria; sensação de cansaço geral, lassidão; às vezes, calor, como se estivéssemos encostados a qualquer coisa quente; falta de ânimo para o trabalho; profunda tristeza ou excessiva alegria sem sabermos por que. Estes são os sinais mais freqüentes; dia a dia se acentuam e, à medida que as relações fluídicas entre a pessoa e os espíritos sofredores se fortificam,  a saúde se altera, devido à enorme carga de fluidos impuros que o corpo armazena. O remédio capaz de produzir um resultado apreciável é o desenvolvimento da mediunidade. Médiuns desenvolvidos que nós nos tornemos, as causas da perturbação desaparecerão e a tranqüilidade voltará a reinar em nosso íntimo e a saúde em nosso corpo.
    E, sobretudo, teremos a grata satisfação de termos concorrido para a felicidade de irmãos que sofriam e quiçá nos eram queridos.
Se tivermos o hábito de viver uma vida regrada e  dentro de um círculo moral elevado, seremos auxiliados por espíritos bondosos, os quais abrandarão as terríveis conseqüências da perturbação causada pelos espíritos sofredores. Porém, somente isso não basta. Se não tratarmos quanto antes de nosso desenvolvimento, a nossa faculdade mediúnica se transformará em verdadeiro tormento  e as amarguras nos farão compreender o Caminho, a Verdade e a Vida.



texto retirado do livro: A mediunidade sem lágrimas


Agitação e ansiedade


                                                                      PAI JOÃO DE ARUANDA








Você está agitado, meu filho? Parece ansioso.
Tranqüilize sua alma. Assim você não resolve problema algum e ainda causa outros piores para você e para quem está perto. Que tal você se conhecer um pouco melhor? Você não consegue agradar a todos. Nem você se sente satisfeito consigo mesmo. Por que se debater assim? Você não é perfeito. Portanto, não adianta exigir perfeição dos outros ou daquilo que fazem. Nem você conseguiu organizar ia vida direito!
Você não tem que saber tudo, fazer tudo ou dizer as coisas certas. Ninguém é certinho o tempo todo.
Pare com a agitação um pouco. Tente caminhar em vez de correr. Tente dialogar em vez de gritar. Tente ver em lugar de somente enxergar. Procure ouvir em vez de apenas escutar.
Bom, de vez em quando, parar, sentir e aprender a ouvir o canto dos pássaros, em vez do barulho dos carros ou dos canhões. Bom para a alma olhar o céu, às vezes, e ver o brilho das estrelas ou quem sabe? sentir o perfume de uma flor. E bom deslizar pelas ruas em vez de se atropelar nas calçadas. Ansiedade,
agitação interior, pressa são três gigantes da nossa alma que precisamos combater urgentemente. Assim, meus filhos a gente vai andando devagarzinho, fazendo aos poucos, realizando com carinho, mas seguindo
sempre.
Lembre-se: sua ansiedade não soluciona problema algum. Conheça um pouco mais de você mesmo e aprenda a não exigir de si ou dos outros aquilo que nem Deus espera ainda de você.


Agitação, ansiedade e nervosismo são os três sinais de que você não se conhece bem.




texto retirado do livro: Sabedoria de Preto Velho

quarta-feira, 20 de junho de 2012





 



Por que pedimos silêncio no terreiro?


            Atente para o que você fala. Boas palavras são as que edificam, elevam e agradam. Más palavras são as que destroem, rebaixam e machucam. O que sai da boca é força criadora.

            Provindos de Deus, os orixás são os grandes criadores, e se expressam pelo som. A palavra é, portanto, um dos meios de manifestação do Divino na Terra, e quando proferida passa a produzir efeitos; não há como fazê-la retornar. Por isso, ao adentrar um terreiro de umbanda, pense antes de falar.

            Pense novamente e evite excessos, pois muito antes de sua chegada os falangeiros dos orixás já estão organizando, em nível astral, todo o aparato necessário para providenciar o socorro e a cura dos espíritos doentes e sofredores. Os meios necessários para a defesa desse "hospital de almas" são ativados com a finalidade de conter os ataques trevosos que a casa irá receber antes, durante e depois da sessão. Portanto, não seja o porta-voz das sombras, trazendo desarmonia para o ambiente. Facilite o trabalho, não julgando nada, não emitindo opinião, ou melhor, adotando uma postura de imparcialidade diante do momento existencial e da dor de cada um.

            Como você não sabe de seu passado, então deve vigiar os seus pensamentos e as suas palavras. Deve regrar-se pela verdade e pela sensatez; regular o tom de voz, falando mais baixo, e ser delicado com as pessoas.

            Médium trabalhador, é seu dever transmitir paz, certeza, carinho e alegria aos que chegam. Tudo o que você fala precisa ser digno de ser ouvido por nós do "lado de cá", singelos obreiros dos orixás.

            Lembre-se sempre disso e fale aos outros como se estivesse falando direto a Deus ao pisar num terreiro de umbanda.


Exu Tiriri



trecho retirado do livro: Umbanda Pé no Chão

Homenagem aos Exus e Pomba Giras / 2011

Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano.
salve Exu! 







Homenagem a Xango Alafim


terça-feira, 19 de junho de 2012

O axé através da mediunidade




O axé através da mediunidade


            Axé é o fluido cósmico universal. Tudo tem axé: os minerais, as matas, as folhas, os frutos, a terra, os rios, os mares, o ar, o fogo. Todos nós, seres vivos, animamos um corpo físico que é energia condensada, e que também pode ser definido como "uma usina de fluido animal" (um tipo específico de axé), pois estamos em constante metabolismo energético para a sustentação biológica da vida, que é amparada por um emaranhado de órgãos, nervos e músculos, os quais liberam, durante o trabalho de quebra de proteína realizado no interior de suas células, uma substância etéreo-física de que os mentores espirituais se utilizam em forma de ectoplasma.

            Durante a manifestação mediúnica no terreiro, são liberadas grandes quantidades de ectoplasma, decorrentes do próprio metabolismo orgânico dos médiuns e da multiplicação celular realizada em nível de plasma sanguíneo (na verdade, uma variedade de axé). Portanto, estamos sempre produzindo novas matrizes celulares, e a cada sete anos, em média, temos um corpo físico "novo". Nossa fisiologia é sensível à produção de um manancial fluídico consistente e necessário, uma espécie de "combustível" indispensável às curas, desmanchos de magias e outras atividades espirituais que ocorrem nas sessões mediúnicas, inclusive as cirurgias astrais.

            Essa força fluídica que em tudo está é da natureza universal, independentemente do nome que queiramos designá-la. Os orientais a definem como prana. 3 Numa linguagem mais esotérica, é fruto de variações, no plano etéreo-físico, da energia primordial que sustenta o Cosmo, em maior ou menor nível de condensação, para se manifestar no meio materializado afim. Existe uma natural, permanente e constante permuta de axé entre os planos vibratórios e as dimensões. Liberam axé processos químicos do tipo: decomposição orgânica, evaporação, volatização e corrosão de certos elementos. É possível a liberação de axé do plano físico para o éter espiritual intencionalmente, por meio da queima de ervas e macerações, ou nas oferendas rituais com frutas, perfumes, água, bebidas e folhas.

            3 - Palavra de origem sânscrita. Traduzida textualmente quer dizer "sopro de vida", ou energia cósmica e dinâmica que vitaliza todas as coisas e todos os planos de atividade do espírito imortal. Onde se manifesta a vida, aí existe prana. Na matéria, o prana é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-as de modo a compor as formas em todos os reinos (mineral, vegetal, animal e hominal). Sem prana, não haveria coesão molecular nem formação de um todo definido. Texto extraído da obra Elucidações do Além, do autor espiritual Ramatís, psicografado por Hercílio Maes, 11ª edição, cap. 18, Editora do Conhecimento. Limeira, SP, 2007.

            O axé é importantíssimo para a realização de todos os trabalhos mediúnicos.




Trecho retirado do livro: Umbanda Pé no chão




Festa de Oxossi 2012